Jornalista,
professora, poetisa, um dos nomes mais representativos da intelectualidade
potiguar, Myriam Coeli de Araújo Dantas da Silveira nasceu no Amapá, em 1926, e
faleceu em Natal, em 1982.Myriam é quase norte-rio-grandense: com apenas dois
meses de idade veio, em companhia das tias, residir em São José de Mipibu. Fez
o curso primário naquele município e cursou o ginásio no Ateneu
Norte-rio-grandense.Formou-se em Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia
do Recife. Como bolsista do Instituto de a invejável, mas sempre modesta e
encantadora, voltou para Natal, onde lecionou francês, português e literatura portuguesa
em colégios. Lecionou também na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Natal e na Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza. Numa época em que a redação
dos jornais era lugar quase exclusivo para homens, Myriam Coeli exerceu essa
profissão com muito talento e coragem de desafiar os costumes da época. De 1952
a 1961, assinou coluna literária na “Tribuna do Norte”, “Diário de Natal” e “A
República”.
Publicou
cinco livros de poesia: Imagem virtual, 1961 (em parceria com seu marido, o
poeta e jornalista Celso da Silveira), Vivência sobre vivência, 1980, Cantigas
de amigo, 1980, e Inventário, 1981.A sua coragem também se revelou quando, aos
47 anos, foi acometida de câncer. Lutou com a doença durante longos nove anos,
com todas as suas forças, sua serenidade inalterável, suas armas feitas de
poesia. Jamais demonstrou medo diante da morte, por ela configurada como um
prosaico “baque surdo de um caixão”. Continuou escrevendo, cultivando amizades
com a delicadeza de sempre, extraindo forças dos próprios versos.
FONTE – FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO